Relato do Parto: A história da Alice começa aqui!



Era dia 20 de novembro de 2013, faltava apenas um dia para a data prevista do parto e eu confesso que já estava bem apreensiva por não sentir dores que me levassem a ir ao hospital, de qualquer forma no dia 21 eu teria que ir até lá pra fazer o cardiotoco, aproveitei que era feriado e decidi andar bastante e subir e descer escadas pra ver se dilatava. Me deitei pra dormir às 23:30hrs afinal estava cansada por ter feito exercícios. Às 01:20hrs da manhã acordei com a Alice soluçando no meu baixo ventre e podia sentir a vibração da cabecinha dela, ao me levantar percebi uma forte dor de cabeça e nos olhos que me impedia até de enxergar direito.

Nessa hora meu coração apertou e eu sentia que tinha que ir imediatamente pro hospital, não estava sentindo nada que indicasse um trabalho de parto porém meu coração dizia que eu tinha que ir, acordei o Guilherme e disse o que estava sentindo e ele pediu que esperasse até ele voltar do trabalho, mas eu tinha que ir naquela hora... Pedi que ele só me deixasse lá com a minha mãe e que se eu fosse voltar, me buscasse depois.

Chegamos no hospital às 02:45hrs, eu estava torcendo pra ter plantão com  a obstetra Carolina, desde que a saga de ir e voltar de madrugada tinha começado eu dei sorte de algumas vezes passar com ela e eu tinha certeza que se eu fosse no plantão dela ela iria me ajudar. Passei na triagem e a pressão tinha dado 14/8 e fui direto pra ala da maternidade, chegando lá as enfermeiras pediram que nós aguardássemos até as obstetras subirem do centro cirúrgico, enquanto esperava uma das enfermeiras me colocou pra fazer o cardiotoco pra adiantar, já que de qualquer jeito a doutora iria pedir. Ela me perguntou o que eu tinha, eu expliquei e ela mediu novamente minha pressão, 14/8 ainda estava alta.

Terminei o exame e fiquei com o resultado na recepção esperando que a doutora viesse, enquanto esperava rezava o tempo inteiro pra Deus me ajudar, pra que fizessem algo por mim, pra que não voltasse pra casa com aquela agonia no meu coração.  Logo que a doutora chegou, me chamou e eu fiquei muito feliz de ter conseguido um plantão com a Dra. Carolina estava ela e uma outra dentro da sala, expliquei o que estava sentindo e disse que desde 37 semanas estava muito frequente as oscilações da minha pressão, ela mediu e na sala dela deu 15/9, me examinou e disse que estava com apenas 1cm de dilatação e que o meu colo estava grosso, viu o líquido e disse que estava normal. Nessa hora pensei que ia novamente voltar pra casa frustrada.

Minha surpresa foi quando ela falou que estava tudo bem mas que ia me internar pra induzir o meu parto porque a pressão estava alta e como eu já estava com 40 semanas não tinha porque esperar mais. Fiquei imensamente feliz, minha filha ia chegar...

Fui internada às 04:25hrs, minha mãe veio pra casa e o Guilherme ficou lá comigo, me colocaram no quarto e disseram que iam começar a induzir meu parto com o comprimido que dura 5 horas e estimula o corpo a entrar em Trabalho de Parto. Antes de me introduzirem o comprimido mediram a minha pressão 12/8, algo impressionante que me fez perceber as formas que Deus tem de agir sobre nossas vidas, minha pressão só estava alta até ser internada, depois que tudo estava pronto a minha pressão abaixou e seguiu normal o trabalho de parto inteiro.


Colocaram o primeiro comprimido às 05:00hrs, comecei a sentir cólicas às 07:00hrs e as 09:30hrs as contrações já estavam 2 à cada 5 minutos com duração de 40 segundos, a Dra. Carolina veio fazer o toque e sentir as contrações, estava com  3 cm, o colo estava médio e já era possível sentir a minha bolsa. Ela achou melhor dar mais 1 comprimido pra ajudar a dilatar ainda mais, depois desse segundo comprimido as contrações iam aumentando e durando mais tempo, de hora em hora eles faziam o cardiotoco  e de meia em meia hora mediam os batimentos da Alice, enquanto estava no pré-parto veio umas 4 refeições pra eu comer pra ter força para o parto.



Às 15:00hrs a minha dilatação estava de 4 pra 5 cm e o Doutor mandou me levarem pra sala de parto e me colocarem na ocitocina pra aumentar as contrações. As dores das contrações agora era algo terrível, um mix de dor no corpo inteiro, barriga dura, coração doendo e falta de ar. Percebi que quanto mais eu agonizava aquela dor pior eu me sentia e mais tempo ela durava, quando a contração passava eu descansava, parecia que não tinha sentido nada, até a próxima contração é claro. Às 16:20hrs, me mandaram ir pro chuveiro deixar a água quente cair nas costas e na barriga, lá  debaixo as contrações eram mais fortes mas dava pra aguentar mais respirava fundo enquanto elas vinham e isso ajudava muito, fiquei lá debaixo uma hora e meia.

Quando voltei  pra cama as contrações eram terríveis, eu delirava o tempo todo, lavei a cama de suor, sentia a contração respirando fundo e quando passava eu apagava de cansaço. Às 18:30hrs antes de mudar de plantão a enfermeira fez o toque e ainda estava de 4 pra 5 cm, me colocaram no soro as contrações aumentaram significativamente mas a dilatação parou. Nessa hora o Guilherme já estava desesperado, ele estava me ajudando o tempo todo e sofrendo junto comigo em cada contração, o trabalho de parto estava agoniante para os dois, quando ele viu que a dilatação não aumentava bateu o desespero e ele começou a rezar pra que evoluísse logo e eu não virasse a noite naquele sofrimento.

Às 19:00hrs o plantão mudou, e pra minha surpresa e pela vontade de Deus era a Dra. Carolina novamente, assim que ela entrou pedi que me tirasse um pouco do soro porque a dor estava muito forte, ela disse que fazer isso era regredir no parto e que eu ia sofrer mais, disse pra ela que não ia conseguir,que não tinha mais forças,que as contrações vinham e me deixavam exausta, mas ela disse pra ficar calma que eu ia conseguir sim e que não era necessário ter força naquele momento, era pra respirar fundo pra mandar oxigênio pra bebê e que pra me ajudar ela iria estourar a minha bolsa pra dilatar mais rápido e a bebê encaixar. A enfermeira obstetriz Magali entrou sentiu minha bolsa e com um ferrinho estourou a minha bolsa, na hora eu senti e ouvi um ploc, e imediatamente uma água começou a escorrer.

A doutora falou pra me colocarem na bola e ficar fazendo exercícios pra ajudar a dilatar, trouxeram a bola coberta por um pano colocaram um banco para o Guilherme sentar atras de mim e falaram pra eu sentar com as pernas abertas e quando viesse as contrações respirar fundo 3 vezes, fazer força pra baixo por 8 segundos e soltar, enquanto não vinha as contrações eu pulava na bola  (seria divertido se não doesse uma quantidade daquela), enquanto fazia os exercícios sentia um rio de água escorrer enquanto o Guilherme massageava minhas costas como elas tinham ensinado. A cada força pra baixo eu sentia a cabeça dela abaixar mais e a dor cada vez maior, eu não gritei em momento nenhum até ali porque eu percebi que não adiantava, aguentei todas as contrações calada, só respirando fundo e torcendo pra passar logo, foi quando fiz o exercício pela 5ª vez que eu senti ela encaixando de verdade e nessa hora dei um grito de AI que a maternidade inteira ouviu e as enfermeiras correram dizendo NASCEU!

A enfermeira Magali entrou e falou pra tentar ser forte e não gritar porque o grito faria ela subir, ela fez o toque e com apenas 15 minutos de exercício na bola eu tinha chegado à 7 cm de dilatação, ela me colocou no chuveiro e disse que agora estava muito perto que era pra continuar fazendo o exercício sentada no banco debaixo do chuveiro, e quando eu percebesse que estava perto mesmo à ponto de cair que à chamasse, as contrações vinham e cada vez mais eu sentia descer, quando passavam eu apagava, dormia profundamente debaixo do chuveiro.

Quando senti que estava na "Porta" pedi pro Guilherme chamá-la e quando ela fez o toque disse que cheguei à 10 cm e que iria nascer, nessa hora quem gritou graças a Deus foi o Guilherme, ela falou pra ele se ele queria ver a cabecinha da bebê que já estava aparecendo, foi uma emoção muito grande quando ele olhou e falou "é cabeludinha amor, é cabeludinha!", a enfermeira Magali levantou os apoios para as pernas as alavancas e chamou mais duas enfermeiras.

 


E então começou, ela pediu pra que quando viesse a contração era pra respirar fundo segurar e fazer força pra baixo, enquanto o Guilherme segurava minhas costas com força pra eu não voltar, fiz duas forças e a bebê vinha e voltava, a enfermeira aplicou a anestesia local (que se não fosse pela dor que eu estava sentindo do parto, doeria horrores), assim que aplicou já fez o primeiro corte, e eu sentia a tesoura me cortando, fiz mais uma  força e ela pediu que a enfermeira Rose aumentasse o nível do soro, mesmo assim a Alice ainda vinha e voltava,  me cortou mais uma vez e aumentou meu soro, depois de mais uma ou duas forças ela pediu pra enfermeira Rose subir na escadinha e pressionar minha barriga na hora da força pra me ajudar.

Foi então que veio a contração, eu respirei bem fundo, mordi os lábios e fiz a maior de todas as forças, o Guilherme me empurrou com bastante força pra bebê não voltar e a enfermeira colocou os dois antebraço na minha barriga empurrando para baixo... Era 21:48hrs da noite e a enfermeira Magali disse N-A-S-C-E-U! Junto com a cabeça saiu uma das mãos da Alice, perto da boquinha, e foi essa mão que dificultou a passagem dela.
Assim que terminou de sair o corpo dela a enfermeira Magali jogou ela por cima de mim e instantaneamente toda a dor passou, vê-la pela primeira vez fez meus olhos encher de lágrimas, o Guilherme vibrou comigo,nós chorávamos agradecendo a Deus por ter dado tudo certo, maravilhados com a beleza dela, ela estava toda suja de sangue mas tinha um cheiro tão gostoso que eu nunca mais vou esquecer, enquanto ela chorava minha mãe ligou no meu celular e a mãe do Guilherme no dele, e elas ouviram o primeiro chorinho junto com a gente... Foi muito emocionante, principalmente a reação do Guilherme que emocionou até as enfermeiras !!!







Elas tiraram a Alice do meu colo colocou no bercinho quente e a bebê pesava 3,260 kg e 48 cm. Enquanto cuidavam dela a enfermeira Magali costurou meus pontos, pediu pra eu fazer uma força pra vir a placenta, parecia um pão saindo, depois que saiu  escorreu muito sangue e a enfermeira limpava por dentro puxando os coágulos de sangue. Assim que terminou a Dra. Carolina entrou e disse "Nasceu ? Eu não disse que você conseguia!!!"



Estávamos as duas bem e logo fomos para o quarto. O melhor da Maternidade do Santa Marcelina é que o alojamento é conjunto, o tempo inteiro que eu fiquei internada a Alice ficou no bercinho do meu lado,as enfermeiras ensinam a amamentar e ajudam a cuidar do bebê mas tudo é feito pela mãe.



Doutora Carolina 




Enfermeira Rose (esquerda) e Enfermeira Obstetriz Magali (direita)
Esse foi o relato completo do dia mais feliz da minha vida, e eu gostaria de agradecer primeiramente à Deus por ter estado comigo o tempo inteiro, à Dra. Carolina que mais pareceu um anjo que Deus colocou na minha vida, à enfermeira Magali que me ajudou a dar a luz, me confortava com palavras de fé o tempo inteiro e que fez de tudo para que o meu parto tivesse sucesso, À enfermeira Rose que estava comigo de manhã monitorando as contrações e que voltou no plantão da noite porque era da vontade de Deus que ela me ajudasse a colocar a Alice no mundo, ao Hospital e Maternidade Santa Marcelina, que apesar de ser publico e ter uma fama de hospital ruim, me atendeu HIPER BEM, e comparando o meu atendimento com o atendimento de partos realizados por convenio não deixou a desejar em nada. E por fim ao Guilherme, que mais que meu marido e companheiro da vida inteira é um PAI de verdade pra minha filha, participou ativamente de toda a gravidez e na hora principal foi fundamental. Me ajudou como pode o tempo inteiro, me dava de comer, me levava ao chuveiro, fazia massagem, me segurava, me ajudava a respirar e por fim a fazer força pra nossa filha nascer. Se eu já o amava antes do dia 21 de novembro, a partir daí o amo ainda mais!



1 comentários:

  1. Nossa amiga que emocionante, até chorei (é muita emoção)... rsrs Peço á Deus que abençoe ainda mais a sua família, parabéns por ser essa menina, doce, meiga, verdadeira, amiga e ainda mais uma SUPER MAMÃE!!! E parabéns para o SUPER PAPAI também que foi mega importante neste momento mágico e abençoado na vida de vocês... LINDOS AMO VOCÊS! #Taah #Alice #Guih ♥ A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, somos verdades! Beijos Cris

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